ViPeR5000(Rui Melo) Site Admin
Sexo: Registrado em: 11 Jun 2006 Mensagens: 2318 Local/Origem: Mealhada
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Colocada: Ter Ago 11, 2009 11:16 am Assunto: O TREINO |
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O treino de um cão de busca e salvamento requer uma equipa mínima de três indivíduos:
- O cão
- O guia
- O auxiliar
Mais tarde será necessário outra pessoa, que é o “Ajudante” do guia ou auxiliar, que poderá ser a mesma pessoa que tem feito de vitima para o cão.
Antes de iniciar uma sessão de treino (busca, obediência, obstáculos, etc.) à que ter em conta uma série de factores que podem definir o êxito ou o fracasso da mesma:
- O MÉTODO APLICADO E A SUA PROGRESSÃO LÓGICA que varia em função de:
. Personalidade do treinador
. Carácter do cão
. O tipo e o nível de motivação ou impulso do cão
- A MOTIVAÇÃO como coluna vertebral da educação e do treino, vai-nos permitir que o cão relacione a ordem com a sua atitude, por ele devemos mantê-la sempre num nível óptimo, para que o cão não perca interesse por obter o seu prémio.
- ADMINISTRAÇÃO DE RECOMPENSAS E DE SANÇÕES:
. Recompensar imediatamente depois do trabalho bem realizado
. O esforço deve ser sempre proporcional à dificuldade do exercício realizado
. Sempre que castiguemos uma acção, devemos estar seguros que o cão entende porque é que o estamos a corrigir
. O tipo de recompensa variará em função das preferências do cão (mordedor, bola, biscoito, carinhos, etc.)
- OS COMANDOS DEVEM SER:
. Sempre os mesmos
. Em tom firme e calmo
. Com a entoação adequada, quer dizer:
Claros e precisos nas ordens
Fortes e bruscos na correcção
Calorosos e alegres na recompensa
- O GUIA NO TREINO DEVE SABER:
. Se o seu cão está psiquicamente ou moralmente em condições de se confrontar com um determinado exercício
. Deve saber apreciar a dificuldade do exercício em função da idade e da experiência do seu cão
. Detectar e emendar os erros antes que estes se instaurem
Durante o decorrer do treino, tudo deve estar programado, pelos conhecimentos do monitor, o qual deve fazer-se entender pelo seu aluno.
O guia deve conhecer e analisar o comportamento do seu cão e aplicar os conhecimentos e normas gerais da educação. Devemos ter em conta que nenhum cão nasce ensinado, tudo é fruto de uma perfeita compreensão do cão e de uma evolução lógica, progressiva, constante e programada, que nos permitirá levá-lo a um nível óptimo de rendimento e efectividade.
PLANIFICAÇÃO DE UMA SESSÃO DE TREINO
Antes de iniciar o ensinamento de um cão, é necessário adquirir uma série de bons hábitos, que nos ajudaram a centrarmo-nos no trabalho. Trata-se de estabelecer umas normas básicas de comportamento que nos predisponham a um determinado tipo de tarefas.
- ESTRUTURAÇÃO DO TREINO
- Antes de começar, analisaremos o exercício e teremos que ter bem claro como o vamos planificar e desenvolver. Devemos comentá-lo e deixá-lo bem claro com as pessoas que vão participar nele.
- Quando tirarmos o cão da sua transportadora, falaremos com ele calmamente e depois iniciaremos uma comunicação agradável e rotineira (predisposição positiva).
- Em seguida levaremos o cão para os terrenos próximos do local de treino, para ele fazer as suas necessidades.
- Dirigimo-nos para o local de treino, relaxamo-nos e centramo-nos no exercício que vamos realizar.
- Devemos prestar especial atenção durante as sessões de treino para captar todas as mensagens que o nosso aluno (cão) nos envie, e que serão os melhores indicadores para decidir como devemos proceder em cada ocasião. Esta informação será dada por pequenos sinais de linguagem gestual.
- As sessões de treino devem ser de curta duração, ao inicio não mais de 10 a 15 minutos, que deverão ser intensos e de alto rendimento. O tempo e a dificuldade deverão incrementar-se pouco a pouco, segundo vamos subindo de nível.
- Uma vez finalizada a sessão de treino, relaxaremos a situação (para nós e para o cão), estando com ele calmamente durante um pouco de tempo, dando-lhe carícias, palavras de satisfação e depois o deixaremos só no seu lugar de descanso.
- Uma ou duas sessões por dia serão suficientes, conforme o grau de dificuldade e nível em que o cão se encontra e descansaremos dois a três dias por semana.
- REGULARIDADE
O cão deve levar uma vida homogénea que contribuirá para um bom equilíbrio psicológico. A regularidade contribui para a segurança e estabilidade do ensinamento, proporcionando uma personalidade sólida e um bom equilíbrio emocional. Quando há regularidade nos treinos ou existe mudanças bruscas de metodologia, o desequilibro e a confusão poderão afectar o cão.
- NÃO ACELERAR O TREINO
É de grande importância não acelerar as fases de aprendizagem, já que estas terão distintas durações em função do trabalho que é para desenvolver e da capacidade de cada indivíduo (cão). É importante ter em conta que, durante a fase de aprendizagem, saltar-se alguns passos, poderá ter más consequências no futuro. Os erros cometidos no passado e que deixámos de lado por comodidade, iremos pagá-los com alto preço quando menos esperamos já que, quando aparecem já é demasiado tarde e então daremos conta de que fizemos do nosso cão “Um gigante com pés de barro”. Esse defeito que um dia não prestámos atenção e que passámos por cima dele, acompanhará o nosso cão para toda a vida operativa e poderá provocar uma falha quando menos esperamos.
A OBEDIÊNCIA
É a base de qualquer modalidade de trabalho. Uma obediência bem elaborada que promova no cão o respeito pelo guia, e não o medo, é necessária para o controle em qualquer situação. Um domínio inadequado do guia pelo cão, pode por em perigo a integridade física do cão e prejudicar em geral o desenrolar de uma operação.
Os exercícios necessários a realizar são:
- Caminhar junto, com e sem trela
- Posição de deitado, sentado e de pé
- Chamada com e sem distracções
- Quieto num determinado local, com e sem distracções
- Ordens à distância – deitado – sentado – interrupção de marcha – subir e descer – envio em frente – esquerda e direita
Deverá também realizar:
- O uso do açaimo sem resistência
- Resistência a ruídos bruscos e fortes na ausência do guia
- Indiferença a outros cães e pessoas
- Ladrar à ordem
- Pista de obstáculos
4 – FASES DO TRABALHO
A MOTIVAÇÃO
A motivação é primordial antes de começar o exercício (obediência, busca, pista de obstáculos, trabalho de instintos, etc.)
O cão vai trabalhar principalmente para obter o jogo e satisfazer o seu instinto. Os cães jovens serão mais fáceis de educar e canalizar, já que trabalhando a motivação no cão desde muito jovem, conseguiremos que fique a gostar com grande epicentro, características geológicas e topográficas do terreno, e com as estruturas edificadas.">intensidade do motivador (mordedor, bola, brinquedo, etc.), mantendo sempre um nível óptimo de excitação.
A EXECUÇÃO
Antes de se lançar o cão na busca do guia ou de outra pessoa, ele deve estar preparado da seguinte forma:
- Passarmos a trela à volta do pescoço
- O guia deve manter o cão entre as pernas até que a vitima o motive
- Antes de o mandar em busca, tirar a coleira e em simultâneo, soltá-lo dando a voz de “busca”.
Nas primeiras vezes o exercício será à vista, até que o cão se mecanize. Não devemos esperar que nas primeiras vezes o cão o faça perfeito e iremos variando gradualmente a dificuldade em função da experiência que ele vai adquirindo.
A sessão terminará sempre com um exercício fácil para o cão.
A RECOMPENSA
Todo o exercício deve ser concluído com uma recompensa, de maneira que o cão relacione sempre com um evento agradável.
A quantidade de recompensa deverá dosear-se em função da dificuldade do trabalho realizado.
À que ter em conta que a obtenção da recompensa reduz sempre o nível de motivação.
A EVOLUÇÃO
Devemos estabelecer os treinos, aumentando ou diminuindo a dificuldade em função da assimilação que o cão tenha das situações.
Por exemplo:
- Busca do guia
- Busca o guia e um estranho
- Busca um estranho
Devemos tomar nota das falhas, das dificuldades do cão durante cada sessão, para observar de forma objectiva e prolongada a sua trajectória e evolução.
5 – PROCESSO DE CONDICIONAMENTO E MECANIZAÇÃO
O primeiro processo associativo que condiciona um cão de trabalho, é o “ambiente” prévio aos treinos, que se forma entre os participantes.
Correspondentes ao “Condicionamento Clássico”, elementos como o uniforme, o capacete, os elementos do grupo, tipo de transporte específico, etc., são os elementos comuns, aos exercícios de prática. Estes condicionamentos proporcionam a “antecipação” do treino ou operação, depois de sucessivas repetições (treinos).
As primeiras sessões de treino, deverão ser realizadas num horário que, de forma natural, sejam as mais propicias para os cães; ao entardecer ou de manhã cedo.
Devemos também ter cuidado para que não tenham comido umas horas antes do treino, já que está demonstrado que uma adequada sensação de fome, intensifica o estado de alerta e desperta os sentidos do cão, como faria também no seu estado selvagem.
As sessões e o programa de treino, deverão responder em todo o momento a qualificativos coerentes e sistemáticos.
- Coerente com a idade do cão, sua experiência, evolução, etc.
- Sistemático na aplicação restrita da metodologia, onde a evolução deve ser paulatina e lógica
O treino de busca é um processo de aprendizagem que acontece a favor do instinto, ao contrário da obediência e de outros desportos que reprimem o cão e o controlam. As sessões devem ser a todo o momento uma experiência positiva e agradável, carentes de pressão e obrigação, sobretudo durante a fase de iniciação.
PROCESSO DE MECANIZAÇÃO
O primeiro requisito que o cão deve cumprir para iniciar a sua formação em busca e salvamento é saber ladrar à ordem, para obter o motivador. Uma vez que já sabe fazer isso, procederemos à mecanização do exercício de sinalização.
Alguns cães executam espontaneamente a busca do seu guia e ladram ao não conseguirem aceder ao local onde este está escondido, de qualquer maneira, devemos induzi-lo sempre à execução correcta do exercício.
Esta mecanização, baseada ou não numa conduta espontânea, se repetirá sistematicamente para obter uma resposta instrumental de busca e sinalização de uma pessoa.
O processo de aprendizagem, compõe-se por uma parte de “Condicionamento Clássico” e por outra de “Condicionamento Instrumental”.
1 – Aprendizagem da fixação
MOTIVAÇÃO + COMANDO => BUSCA => DESCOBERTA => REFORÇO
(ESTIMULO)
E.I. R.I. E.I.
2 – Aprendizagem da fixação e sinalização da vitima
MOTIVAÇÃO + COMANDO => BUSCA => DESCOBERTA + ORDEM =>
(ESTIMULO)
E.C. R.C. E.C.
=> LADRIDO => REFORÇO
Como se pode observar, o processo requer uma iniciativa prévia (atitude de busca) do cão, suscitada pelo interesse que desperta na vitima simulada. O impulso de busca no cão é desencadeado por um estímulo chave, que pode ser bem, o guia, ou o objecto desejado pelo cão. No primeiro caso, o cão raciocinará ante a distância do seu guia, tendo a necessidade de encontrá-lo por dependência.
No segundo caso a vitima mostrará ao cão o motivador, desencadeando neste o desejo de alcançá-lo e portanto o impulso necessário para o procurar, porque ele levou o brinquedo. O resultado do exercício dependerá da ligação que tenha o cão com o seu guia ou o desejo que tenha de conseguir o seu brinquedo.
Se a aprendizagem for correcta, a mecanização dará como resultado a seguinte sequência:
ESTIMULAÇÃO => BUSCA => DESCOBERTA => LADRIDO => RECOMPENSA
A repetição sistemática destes exercícios, deve efectuar-se em “furos” diferentes. Se não o fizermos, estamos a cansar e saturar o cão e com o tempo perderia o interesse e deixaria de trabalhar. Não obstante, não deveremos passar dum ponto a outro, sem que o cão tenha executado correctamente o exercício anterior.
A dificuldade deve-se incrementar racionalmente de forma a evitar o “cansaço específico”, ao variar o tipo de exercício, aplicando uma dificuldade gradual, criaremos um aliciante para que o cão se divirta a trabalhar. Se nos excedermos no nível de dificuldade, iremos causar o efeito contrário, o cão não compreenderá o exercício e ficará frustrado se não obter a recompensa na devida altura e como consequência, diminuirá a sua motivação.
Do mesmo modo, um cão com um nível avançado e que trabalhe sempre no mesmo terreno e nos mesmos esconderijos, ficará cansado e saturado (pois todo o trabalho que executa é por memória).
Fonte http://br.geocities.com/resgatecanino/documentos/treino.htm
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Colocada: Ter Ago 11, 2009 11:16 am Assunto: Click Aqui para Ajudar O site |
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