Automobilistas retidos hoje durante quase três horas na A3, auto-estrada Braga-Porto, devido a um incêndio anunciaram a intenção de processar a Brisa por alegadamente não responder aos seus pedidos de ajuda nem ter accionado um plano de evacuação.
Um incêndio florestal obrigou ao corte do trânsito ao quilómetro 14 da A3, entre os nós da Maia e Santo Tirso, a partir das 14h50, segundo fonte da Brigada de Trânsito (BT).
De acordo com a BT, a circulação só foi reatada às 16h28, no sentido sul-norte, e às 16h40, no sentido norte-sul, tendo-se formado entretanto filas superiores a dez quilómetros.
"Estava uma temperatura de 34 graus e, face a esse calor infernal e ao facto de muitos carros não terem ar condicionado, pedimos à Brisa que trouxesse água àqueles milhares de pessoas, e sobretudo às crianças, mas não responderam ao apelo", disse Nuno Cardoso, 31 anos, que viajava de Braga para o Porto com a mulher e o filho de seis anos.
Segundo Nuno Catarino, o representante dos automobilistas, a Brisa alegou que a única viatura disponível estava ocupada a desviar o trânsito no nó de Santo Tirso.
Nuno Catarino lamentou que a Brisa "não tenha accionado um plano de evacuação, tendo em atenção os riscos de haver uma mudança súbita de vento que levasse o incêndio na direcção dos automobilistas e os matasse a todos".
"O expectável era que enviassem uma equipa para abrir os 'rails' do separador central, possibilitando que todos saíssem dali, invertendo a marcha, mas a verdade é que não o fez".
O porta-voz da Brisa, Franco Caruso, assegurou que todas as auto-estradas têm saídas de emergência, intervaladas entre oito a 12 quilómetros, e "rails" facilmente desmontáveis, para permitir inversões de marcha em situação de aflição.
Referindo-se à alegada falta de assistência pedida, o porta-voz da Brisa exortou os automobilistas que se declaram lesados a usar os meios disponibilizados para o efeito pela concessionária de auto-estradas.
Os automobilistas podem apresentar queixa através do site da Brisa, através do livro de reclamações ou num dos boletins de reclamação disponibilizados em todas as cabinas de portagem.
"É importante que o façam para podermos melhorar os níveis de segurança e conforto dos nossos clientes".