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Bravo33 · Sexo: Registrado em: 19 Jun 2006 Mensagens: 1260 Local/Origem: Mealhada

ICN vai criar "plano de potenciais aceiros" nas Ã¡reas protegidas

O presidente do Instituto para a ConservaÃ§Ã£o da Natureza (ICN), JoÃ£o Meneses, anunciou a criaÃ§Ã£o em 2007 de um "plano de potenciais aceiros, referenciados por GPS, que poderÃ£o ser automaticamente abertos, sem quaisquer complicaÃ§Ãµes, caso se revelem importantes para o combate a um incÃªndio" nas Ã¡reas protegidas para facilitar o combate aos incÃªndios florestais.

JoÃ£o Meneses, que falava em Castro Laboreiro, no concelho de MelgaÃ§o, no final de uma visita da ComissÃ£o Parlamentar Eventual para os Fogos Florestais Ã s Ã¡reas ardidas do Parque Nacional da Peneda-GerÃªs (PNPG), admitiu que "hÃ¡ algumas dÃºvidas dentro do ICN" quanto Ã necessidade de abrir novos aceiros e estradas nos parques naturais, por se ter chegado Ã conclusÃ£o de que "o homem os destrÃ³i mais do que o fogo".

Em relaÃ§Ã£o aos pontos de Ã¡gua, o presidente do ICN referiu que os existentes nas Ã¡reas naturais "sÃ£o suficientes", excepto quando acontecem incÃªndios de grandes dimensÃµes, pelo que deu primazia Ã utilizaÃ§Ã£o de estruturas amovÃveis, que possam ser deslocadas para onde forem mais necessÃ¡rias.

Segundo o director do PNPG, Henrique Pereira, os incÃªndios de Agosto consumiram cerca de 3.600 hectares do Ãºnico parque natural portuguÃªs, mas ressalvou que cerca de 90% da Ã¡rea ardida era apenas de mato, "pelo que a sua recuperaÃ§Ã£o serÃ¡ rÃ¡pida" e sucederÃ¡ "jÃ¡ a partir do prÃ³ximo ano".

Quanto Ã reserva integral do Ramiscal, onde ardeu cerca de 75% dos seus 300 hectares, Henrique Pereira disse "ter expectativas" de que, por se tratar de uma zona de carvalhos, tambÃ©m venha a recuperar "rapidamente", admitindo que dentro de quatro a cinco anos a Ã¡rea florestal jÃ¡ estarÃ¡ "totalmente reposta".

"Mais complicada" afigura-se a situaÃ§Ã£o da Mata do Mezio, onde arderam cerca de 200 hectares de resinosas, cuja esmagadora maioria terÃ¡ de ser cortada, prevendo-se que, naquele espaÃ§o, a reflorestaÃ§Ã£o integral demore entre 15 a 20 anos.

O fogo que atingiu o PNPG comeÃ§ou no dia 6 de Agosto, ainda fora do parque, uma situaÃ§Ã£o que, como referiu o presidente do ICN, ocorre muitas vezes naquela e noutras Ã¡reas protegidas do PaÃs, o que "obriga a pensar, em conjunto com as cÃ¢maras municipais, numa estrutura que saia fora do parque e faÃ§a a monitorizaÃ§Ã£o e vigilÃ¢ncia" nas Ã¡reas limÃtrofes.

No entanto, reconheceu que "houve coisas que correram menos bem" no combate ao incÃªndio no PNPG, quer ao nÃvel da coordenaÃ§Ã£o, quer em termos de logÃstica, mas garantiu que se estÃ¡ "a tentar emendar" para que o prÃ³ximo ano seja melhor para as Ã¡reas protegidas.

Dirigindo-se de uma forma especial aos deputados do Partido Social Democrata (PSD) que fazem parte da ComissÃ£o Parlamentar Eventual para os Fogos Florestais, os quais acusaram o ICN de "nem fazer nem deixar fazer nada" nas Ã¡reas protegidas, JoÃ£o Meneses disse perceber "a lÃ³gica polÃtica que estÃ¡ por detrÃ¡s" dessas declaraÃ§Ãµes, mas instou-os a parar de "bater no ceguinho", considerando que "a realidade Ã© que, no concreto, quando se vai ver o que Ã© que o ICN nÃ£o deixou fazer, chega-se facilmente Ã conclusÃ£o de que deixou fazer quase tudo".

No entanto, o facto Ã© que se o ICN "deixou fazer quase tudo", a verdade Ã© que quase nada foi feito e a opÃ§Ã£o, que pode ser considerada radical ou fundamentalista, de dificultar os acessos de modo a evitar incÃªndios provocados pela acÃ§Ã£o humana, demonstrou ser errada quando avaliados os resultados.

Verificou-se que facilmente os fogos comeÃ§am em zonas acessÃveis e de propagam depos Ã s que nÃ£o tÃªm acessos, sendo que a partir daÃ sÃ³ com grandes dificuldades e o apoio de meios aÃ©reos se podem deter as chamas, normalmente apÃ³s dias de sucessivos avanÃ§os e recuos pautados por numerosos reacendimentos.

ApÃ³s os incÃªndios em Ã¡reas protegidas que ocorreram este verÃ£o, nÃ£o Ã© difÃcil perceber que existe uma Ã³bvia asfixia financeira que impede o ICN de cumprir as suas obrigaÃ§Ãµes e que as zonas que dependem deste organismo estÃ£o deficientemente cuidadas e praticamente sem vigilÃ¢ncia, pelo que a teoria da protecÃ§Ã£o atravÃ©s da inacessibilidade humana nÃ£o passa de um logro no qual jÃ¡ ninguÃ©m acredita.

A existÃªncia de fogos em zonas inacessÃveis Ã© uma inevitabilidade e irÃ¡ acontecer mais cedo ou mais tarde, pelo que, para alÃ©m de uma polÃtica de prevenÃ§Ã£o sÃ©ria, que exige recursos financeiros, devem ser criadas as condiÃ§Ãµes que permitam um combate eficaz e com riscos reduzidos para os intervenientes, sob pena de em breve nÃ£o haver Ã¡reas protegidas dignas desse nome.

fonte: verÃ£o verde
http://veraoverdeorg.blogspot.com/2006/09/icn-vai-criar-plano-de-potenciais.html

Google · Colocada: Qui Set 14, 2006 3:08 am Assunto: Click Aqui para Ajudar O site