O Jornal sabe que, neste momento, a empresa Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) está no terreno a realizar cerca de 25 vistorias a residências que, pelo seu estado de degradação, são considerados casos urgentes. Segundo nos explicou Paulo Atouguia, presidente daquela empresa, trata-se de situações que não estavam planeadas para fazer mas que, em virtude das fortes chuvas de terça e quarta-feira, se tornaram prioritárias. «Se as condições já eram más e problemáticas, a chuva, obviamente, não as melhorou», complementou.
Questionado a propósito da ajuda da IHM às famílias desalojadas pelo mau tempo, o responsável fez questão de separar as águas. «Uma coisa são as pessoas que ficaram desalojadas mas cuja situação não é de carência social, mas sim de ausência de tecto temporário. Outra coisa são candidatos a habitação social que, neste momento, viram a sua situação mais agravada pela intempérie», começa por explicar.
«Neste caso, foram as pessoas que nos contactaram directamente e que nem passaram pela Protecção Civil nem pela Câmara — nem tinham de o fazer. São candidatos nossos, inscritos a ajuda e que nos vieram dizer que a sua situação piorou. Ou que o telhado está pior, ou que houve uma inundação em parte da casa, enfim. Disseram-nos, basicamente, que a situação relativamente à última vistoria que foi feita se degradou acentuadamente. E nós estamos no local a fazer as vistorias devidas», complementou Paulo Atouguia.
Depois de avaliados todos os casos, o nosso interlocutor explica que há um sistema de definição de prioridades que passa por uma pontuação relativa ao estado da habitação. «Pode haver, evidentemente uma caracterização da situação como mais grave, face à situação que conhecíamos antes das chuvas».
Sem querer especificar os locais, opta por dizer que são situações dispersas, embora muitas delas se verifiquem na Zona Velha. «Na Madeira, há já muito tempo que não temos concentrações de degradação habitacional. São situações um pouco dispersas, sobretudo, no concelho do Funchal. Ainda assim, a Zona Velha apresenta muitos prédios antigos. São casas arrendadas que já estavam degradadas e que se degradaram ainda mais com as chuvas dos últimos dias», afirma.
A terminar, Paulo Atouguia destacou que a IHM está a colaborar com a Câmara Municipal, a Protecção Civil e com a linha de emergência da Segurança Social dentro do âmbito de actuação de cada um, sem que as coisas se confundam uma com a outra».




FONTE:http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=17&id=93829&sdata=2008-04-12